
O que seria paixão?
Em tempos de Instagram e realidade virtual, a definição de paixão ganha espaço para interpretação. No filme Her (pra quem ainda não viu, fica a dica), em que o amor virtual é tema central, uma personagem fala a Theodore, o protagonista, que “apaixonar-se é uma loucura. É uma forma de insanidade socialmente aceita”. Ou seja, falamos da loucura que é se apaixonar. Mas, nos dias atuais, ainda existe alguém que não se relacione digitalmente?
Afinal, o que é paixão? Diferente do que pensamos e somos ensinados, a paixão não está no outro, e sim em nossas cabeças. Química cerebral, hormônios, uma gama de ligações elétricas dentro dos nossos crânios são transformados nesse “famoso” sentimento.
Recentemente, a série Normal People despertou, em alguns, um sentimento que talvez seja privilégio de quem já experienciou uma paixão: a saudade de se apaixonar.
Na mesma medida em que a paixão é, talvez, o mais intenso que se pode sentir, ele desaparece e é, em grande parte dos casos, passageiro. Portanto, a saudade da paixão ou de se apaixonar é algo saudável e possível.
André Comte-Sponville, filósofo materialista francês, defende que a felicidade mata a paixão, visto que ela se baseia na falta.
Ou seja, condicionamos nossa felicidade a partir de algo que desejamos, como uma pessoa, um emprego ou algo material. Mas o que acontece quando conquistamos nosso objeto de desejo? E agora?
A base da paixão seria a falta. Assim, a paixão de Romeu e Julieta se justificaria, pois nunca houve a concretização da felicidade. Nunca ficaram juntos, mas passaram o final de suas vidas lutando pela paixão entre eles. Assim, é possível concluir que difícil mesmo é amar no tédio, na estabilidade.
Por fim, podemos dizer, sem medo, que a paixão é o sentimento mais insano que existe dentro de nós.
Espero que o post tenha permitido uma reflexão.
E você, o que acha deste assunto?